quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A noite em que cruzei com Caetano Veloso na Lapa


Descendo a Taylor pra acompanhar Jo, que ia ver Céu no Circo Voador, eu cruzei com o Caetano Veloso que vinha sorridente a pé ao lado de um garoto e uma moca muito linda de cabelos curtos. Achei-o bonito com seu sorriso rápido e tênis baixos, e a meia-noite e seu tanto ficou mais estelar. Eu até que quis ir atrás, dizer a ele muito devoto: Caetano, eu gosto você, você é o cara que me ensinou a ser mais livre.  E um tanto ridiculo, para constrangê-lo ou ve-lo rir, diria: Caetano, você é o meu Chico Buarque. Mas não fiz nada disso, eu já tinha vivido uns minutos antes minha porção de estrelas no apê daquela argentina.

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Meu coração é vadio e eu tenho sede da sede sentado na ladeira onde quase ninguem passa e a luz amarela de postes antigos colabora para dar mais brilho ao noturno celestial deste Rio novo, antiquíssimo.  E eu sou mais feliz depois desse beijo noturno, predestinado em Santa Teresa com seus ateliês abertos. Beijo com trilha  e sem pudor ante a multidao que é samba, reggae e bossa.




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Porque tudo é interessante demais o tempo todo.

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[Eu me liguei quase agora do quanto tenho feito por mim. E o fator principal é essa minha entrega um tanto dionisiaca à vida, e ao encontro com pessoas. Queria postar sobre a importância de ter amigos, de revê-los, o prazer resgatado de estar com eles, de rir mais, beber mais, conversar longamente. O prazer de descobrir gente nova, outras amizades, olhos que me ensinam a olhar. E eu tenho uma sorte incrivel, pois nunca são encontros fúteis, ostentação e olhar blazé. É que eu tenho aquela sorte (que me invejam) para gente.  Essa mania cristã de querer só o bem para quem me quer tão bem. E voo.


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