quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sobre deuses e monstros

Tem jeito? A gente manda nesse coração cachorro? A gente quer é se ferrar fazendo tudo errado. Tudo que não deve. E sabendo que a gente vai se ferrar depois (por que sei). O caminho melhor é aquele outro. Mas essa pá de cal fica na mão. A gente tem que velar o corpo do amor, entregar o cadáver a Deus, enterrar bem fundo, fazer missa de sétimo dia, chorar até esquecer. Mas lá vai a gente: psicografia, mensagem pro além, chico-xavear o amor defunto, evocá-lo, zumbizar pela cidade. Tem jeito? O cérebro devorado no final. E esse nó no peito. Quem entende? Por que a vida não pode ser simples assim, como era, antes de tudo desbaratar certezas?

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